sábado, 26 de maio de 2012
Denise Pelletier
Denise Pelletier, Livro de artista, 2012
http://www.engramme.ca/documents/encarts/encart_2_pelletier.pdf
“ Dualidade. É essa noção de que, na abordagem de Pli et pluie de Denise Pelletier, parece ter supremacia sobre qualquer outra. Mas de uma dualidade que seria definida pela reunião do anverso e reverso da mesma coisa. Dois pólos, que, bem além de se oporem, se complementariam, fariam eco. Os cantos cheios assim como o vazio, o branco frequente, o negro. A massa imponente e inatingível encontra ressonância na linha incisiva e agitada, a opacidade, na transparência. No centro desta aparente disparidade, um fio de Ariane: a palavra. É a pedra angular, a matéria-prima do trabalho. É a fonte perene da qual a gravadora tira toda sua inspiração.
Seções de texto, fragmentos de poemas, trechos de artigos de jornal ou trechos de conversa tiradas no burburinho de uma multidão apressada e anônima, a artista assim extrai as frases, que ela despe de sua pele primitiva. Estas frases, estas palavras perdem seu significado original e tornam-se palavras de tensão, a partir das quais será construída uma linguagem gráfica pessoal. Formas abstratas dotadas de fala. Porque palavras, nomes comuns ou assuntos-nomes, mesmo afastado de seu contexto, não são despidos de sentido, eles não são escolhidos por aquilo que são, mas pelo que eles representam. Palavras cheias, germes de imagens, matrizes de sentimentos. Palavras que só poderiam ser visuais. Assim como, instintivamente e furtivamente, registradas em cadernos para essa finalidade, elas se fundem com outras palavras, coletadas da mesma forma há semanas, meses, anos. Precisaria de uma sensibilidade e uma receptividade artística, esta de Denise Pelletier, para que essa pluralidade linguística se funda em uma singularidade de linguagem. Poderoso e eloquente.”
(Marie Lachance)
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magnifique livre de Denise...
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