sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O ARQUIVO COMO ELEMENTO HEGEMÔNICO DE PRÁTICAS ARTÍSTICAS NA CONTEMPORANEIDADE - Simpósio 7 - ANPAP

Coordenadoras: Paula Cristina Somenzari Almozara (CLC/PUC- Campinas); Maria do Carmo Freitas Veneroso (EBA/UFMG); Maristela Salvatori (IA/UFRGS)
A concepção deste Simpósio está estruturada na ideia de pensar o "arquivo" como um elemento hegemônico de práticas artísticas na contemporaneidade. Como constructo, o "arquivo" permite refletir sobre a arte contemporânea a partir de intermeios e estruturas operacionais que variam desde a manipulação de informações até a justaposição de objetos que promovem uma crise de fronteiras, suportada, entre outras questões, pela ideia de pos--‐produção, que descreve a apreensão das formas de saber e produzir a partir da "anexação ao mundo da arte de formas até então ignoradas ou desprezadas" (BOURRIAUD, 2009. p.8) e nas quais o artista atua como uma espécie de bricoleur, que navega por entre as redes de signos e sistemas, construindo, reapresentando, reprogramando conexões entre elementos historicizados --‐ neste caso, o arquivo --‐ e suas pretensas potencialidades estéticas (BOURRIAUD, 2009). Elemento propício à reapresentação e à reprogramação, o arquivo se justifica como ideia na forma como as coisas são agrupadas para a determinação de sentido.Trata--‐se, portanto, de um campo fértil para as indagações acerca da amplificação de conceitos ligados às artes. Quanto à hegemonia, pretende--‐se instigar um debate sobre as práticas artísticas contemporâneas que, segundo Ruth Rosengarten, estão ligadas à "viragem arquivística" (ROSENGARTEN, 2012.p.19), considerando as “deslocações de objeto de arte para evento, e de evento parapos--‐produção" (idem, p.19) como algo enfático, não revolucionária, nem paradigmática, mas presente de modo exacerbado. As discussões que podem daí emanar interessam, como afirma Rosengarten, pelo potencial de "riscos a que esse tipo de empreendimento se expõe" (ROSENGARTEN, 2012. p.22), gerando debates sobre as redes sígnicas criadas a partir de situações conceituais e práticas, e também sobre uma certa fetichização da ideia de arquivo. Prioriza--‐se as contribuições que fomentam uma abordagem da práxis e/ou subversão crítica do tema principal e que pode ser pensada a partir, por exemplo, da fotografia, do múltiplo, dos suportes amovíveis1, da coleção, do museu, do atlas, da anômia, do artista como criador de narrativas documentais.

ver Simpósio 7 em http://www.anpap.org.br/anais/2014/ANAIS/ANAIS.html#

Comunicações:

ARQUIVANDO O COTIDIANO: POR UM MAPEAMENTO TÁTIL DA CASA, LUGAR DE TRABALHO
Cláudia Maria França da Silva (IARTE/UFU)

O DIÁRIO DE ARTISTA COMO SUPORTE NA CRIAÇÃO DE NARRATIVAS DOCUMENTAIS: REFLEXÕES ACERCA DESSA PRODUÇÃO CONTEMPORÂNEA E DE UMA EXPERIÊNCIA DO PIBID PUC-CAMPINAS 
Andréia Cristina Dulianel (CLC/PUC Campinas)
A FOTOGRAFIA E A POÉTICA DAS COLEÇÕES 
Leandro Pimentel (ECO/UFRJ)


A ARTE POSTAL DURANTE A DITADURA MILITAR E A IDEIA DE ARQUIVO.
Almerinda da Silva Lopes (CAR/UFES)
OS ARQUIVOS E AS COLEÇÕES COMO POÉTICA: SIGNOS DA MEMÓRIA NA ARTE
Renata Alencar (IEC/PUC Minas)
ENCICLOPEDISMOS UTÓPICOS NAS POÉTICAS VISUAIS
Atila Regiani (IdA/UnB)
A PRESERVAÇÃO DA OBRA DE ARTE DIGITAL: REFLEXÕES CRÍTICAS SOBRE SUA EFEMERIDADE
Pablo Gobira (Escola GUIGNARD/UEMG)
BEFORE SHERRIE LEVINE: APROPRIAÇÕES E DESLOCAMENTOS DO ARQUIVO POR WALKER EVANS
Cleriston Boechat de Oliveira – Tom Boechat. CAR/UFES.
TRANSFERÊNCIAS PARTICULARES SOBRE MEMÓRIAS PÚBLICAS
Flavya Mutran Pereira. IA/UFRGS.
PEQUENAS DESORDENS: REGISTROS INICIAIS E SUA POTÊNCIA SENSÍVEL
Priscila Arantes Rampin. IARTE/UFF.


NARRATIVAS DA MEMÓRIA E POÉTICA DA PÓS-PRODUÇÃO DO ARQUIVO
Ana Maio. ILA/FURG.
ARQUIVOS POÉTICOS DE OBJETOS, SISTEMAS FÉRTEIS PARA ECOSSISTEMAS INVENTADOS
Roseli Nery. ILA/FURG.
O ÁLBUM COMO MEMÓRIA PREMONITÓRIA: O UNHEIMLICH EM “NANDO, MI HERMANO”, DE BRODSKY 
Rodrigo Montero (IA/UFRGS)

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